Publicado em
7/7/2016
Compartilhe
Dor torácica aguda + bloqueio de ramo esquerdo (BRE) sabidamente novo = tratar paciente como infarto com supra de ST. Este é um conceito clássico surgido dos estudos com trombolíticos na década de 80. Contudo, para ser aplicado é necessário que tenhamos um ecg prévio do paciente mostrando ausência de BRE o que, infelizmente, não é a regra nas salas de emergência. O que fazer então ao se deparar com um paciente com dor torácica aguda e com bloqueio de ramo esquerdo em que você não possui nenhum ECG prévio para se basear? Este foi o contexto do estudo liderado pela Dra Elena Sgarbossa e publicado no New England Journal of Medicine em 1996.
Basicamente o estudo avaliou os pacientes que haviam sido incluídos no estudo GUSTO-1 (estudava o uso de fibrinolítico no infarto agudo do miocárdio) e que apresentavam bloqueio de ramo esquerdo na apresentação. Destes, separou-se os pacientes que de fato tiveram o diagnóstico de IAM confirmado através de elevação de marcadores de necrose miocárdica. Avaliou-se então uma série de critérios eletrocardiográficos para ver-se quais os que possuíam valor em discriminar quais pacientes tinham ou não IAM. Após análise multivariada, 3 critérios mostraram-se úteis, tendo sido os mesmos validados em outra amostra de pacientes. Os critérios foram os seguintes:
Baseado nestes achados e nos odds ratios, os pesquisadores criaram um escore. O primeiro critério pontuava 5 pontos, o segundo 3 e o terceiro critério pontuava 2 pontos. Escore ≥3 apresentava alta especificidade para o diagnóstico de IAM na vigência de BRE.Abaixo, colocamos imagem do artigo (disponível gratuitamente na internet) em que há positividade dos 3 critérios:
Importante:Estes critérios são bastante específicos mas têm sensibilidade limitada. Na amostra original os critérios identificaram 84% dos pacientes com IAM mas na amostra de validação apenas 67% dos indivíduos foram corretamente diferenciados. Ou seja:
Outra dica: